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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Asas do Espírito da Noite


















Na calada d’alta noite, quando adormeço,
minha essência celebra um afável sossego,
pois, navega bem distante, em liberdade,
pra sentir queridas plagas, com saudade!

Às vezes, ela retorna alegre e harmoniosa,
noutras, plange seu aportar, melindrosa,
mas, num sublime gesto, faz-me olvidar...
E sutil, acalenta-me num suave despertar!

Abro os olhos e encanto-me com a aurora,
e fico a olhar o céu, como fosse divina tela!
Minh’alma há de aninhar sua aspiração...
E fazer perceptível o que dita o coração.

Em prece, adentramos no templo sagrado,
e a Voz Silente que vive em nosso ser alado,
doutrina, fortalecendo as asas do espírito...
- ressoando clareza em nosso pensamento.

Emancipação d’alma, de mistério é cingida,
mas, n’aragem do Amor, se torna serenada;
pode, neste estado, doce alento encontrar...
E as sombrias emoções em Luz transmutar!
 
© Daura Brasil
São Paulo - 2008  
Imagem: Spirit of the Night by John Grimshaw